O espaço físico do projecto, cerca de 7ha, encontra-se na parte norte do Centro de experiências Agrárias de Tavira” (CEAT), dos anos 30, um colosso da investigação e desenvolvimento agrícola.
Esta parcela foi inutilizada e por isso colocada em arrendamento pelo programa “Bolsa de Terras” iniciativa da DGADR.
A ideia inicial era conservar e reabilitar as fruteiras existentes:
Começar de novo…
Decidi investir em duas frentes: uma cultura de retorno a longo prazo, abacateiros e frutícolas diversas e culturas de retorno rápido, hortícolas. Toda a área em modo de produção biológico.
Recorri á banca para financiar o projeto e obtive alguma ajuda do programa PDR2020.
Desta terra jorra uma nascente de água que corre aí há mais de 80 anos, abastecendo toda a produção mesmo no pico do Verão.
Instalei painéis solares como fonte de energia a fim de bombear a água.
Desta forma a quinta funciona de modo sustentável, água, energia, manutenção da biodiversidade, respeito pelo solo.
Utilizamos biofilm para controlar o crescimento de ervas daninhas. Usamos o produto certificado MulchAgrobiofilm ®
Incorporamos matéria orgânica proveniente de estrume de cavalo de uma quinta próxima assim como estrume de aves embalada certificada.
Protegemos os insectos auxiliares e polinizadores deixando florir as ervas.
Sustentável também a venda direta ao consumidor já que o produto não percorre caminho. Instalei um ponto de venda no centro da quinta.
O público disfruta de um momento de relaxamento e contacto com natureza enquanto que se abastece de frutas e verduras. Os edifícios antigos, alguns decadentes, mas sóbrios, conferem ao espaço um comprometimento e respeito pelo mundo rural.
No início era apenas eu, cultivando, manejando o tractor, fazendo da terra um pouco agreste um solo vivo. Á tardinha abria a loja.
Pouco a pouco, o espaço foi ganhando a aprovação dos residentes e alguma consistência.
Assim, consegui abrir a loja num horário mais alargado e ter o apoio de dois colaboradores que vivem e trabalham no espaço há já seis anos.
Este espaço tem potencial para ser mais interactivo, proporcionando experiências ao público assim como sensibilização e instrução sobre o método de produção respeitoso com a natureza.
Um caminho que ainda não foi explorado, mas seguramente seria uma contribuição positiva para a comunidade local, inclusive as escolas...
Falta um investimento numa plataforma de divulgação de recursos humanos para o concretizar…
Aguardamos que condições propiciem o desenvolvimento deste projecto!...